domingo, 9 de julho de 2017

Articulações Temporomandibulares - ATM

As 2 Articulações temporomandibulares são articulações do tipo sinovial que permitem o deslizamento (translação) e um pequeno grau de rotação (giro), além dos movimentos de flexão (elevação) e extensão (abaixamento) típicos das articulações do tipo gínglimo (em dobradiça), resumindo, permitem a abertura e o fechamento da boca e mastigação complexa ou movimentos de lateralidade da mandíbula.
As duas ATMs são classificadas como articulação sinovial biaxial complexa.

  • sinovial, por ter em seu interior uma membrana sinovial que produz o líquido sinovial;
  • biaxial, por se movimentar em 2 planos, porém alguns autores afirmam que , em seu conjunto (2ATMs 1 mandíbula), ela é triaxial;
  • complexa, denominação dada às articulações que apresentam um 3º osso, dividindo a articulação em 2, funcionalmente diferentes. Apesar de possuir apenas 2 ossos, o disco funciona como um 3º osso, dividindo a articulação em 2 outras, temporodiscal (superior) e mandibulodiscal (inferior). 
A ATM também pode ser classificada como uma articulação bicondílea, sob o ponto de vista morfológico. Para tanto, um côndilo é o mandibular, e o outro, o tubérculo articular, funciona com o "côndilo temporal".
Diferentemente da maioria das articulações sinoviais em que as superfícies articulares dos ossos são revestidas por uma camada de cartilagem hialina, o revestimento da articulação temporomandibular é feito por fibrocartilagem. Ademais, a articulação é completamente dividida por um disco articular fibroso em duas partes:
  • uma inferior, que permite principalmente o movimento de depressão em dobradiça e a elevação da mandíbula;
  • uma superior, que permite que a cabeça da mandíbula se projete para a frente (protusão) sobre o tubérculo articular e para trás (retração), para a fossa mandibular.











































A ATM é composta por partes duras( superfícies articulares ósseas) e partes moles:

Componentes ósseos:

  • Côndilo mandibular - Localiza-se na porção póstero-superior do ramo da mandíbula e constitui a parte móvel da articulação;
  • Fossa mandibular e tubérculo articular (osso temporal) - A fossa mandibular (também denominada cavidade glenoide) é uma depressão óssea posterior ao tubérculo articular localizada no osso temporal, onde se aloja o côndilo da mandíbula. O tubérculo articular (também denominado eminência articular) é uma eminência transversal, originada a partir do tubérculo da raiz do zigoma, que se dirige medialmente na face inferior do temporal.
Resumindo, a superfície articular do temporal é formada anteriormente pelo tubérculo articular do temporal e, posteriormente, pela fossa mandibular.

Cartilagem articular (partes moles)

As partes moles da ATM, do interior para o exterior, são: 
  • Cartilagem articular - apesar do nome não consiste em uma cartilagem. É um tecido fibroso, predominantemente avascular, com algumas células cartilaginosas, que recobre as superfícies ósseas da articulação;
  • Disco articular - é uma placa fibrocartilagínea que se insere fortemente sobre a cabeça da mandíbula através de um tecido ligamentoso em dois pontos: nos polos medial e lateral.
  • Membrana sinovial -  é um tecido conjuntivo ricamente vascularizado, constituído por numerosos capilares sinoviais, responsáveis pela produção do líquido sinovial. Localiza-se no interior da ATM, em áreas periféricas, livres de atrito. Existem 2 membranas sinoviais, uma para cada compartimento da ATM. O líquido sinovial é bastante viscoso, rico em ácido hialurônico, que fundamentalmente lubrifica o interior da articulação. 
  • Cápsula articular - é um cone de tecido fibroso que envolve toda a articulação, retendo o líquido sinovial. É formada por feixes fibrosos verticais, sendo bastante delgada e frouxa, de modo a permitir uma amplitude considerável dos movimentos mandibulares.
  • Ligamentos da ATM - são estruturas de tecido conjuntivo fibroso com pouca capacidade de estiramento. Eles não atuam ativamente na função da articulação, mas agem passivamente como agentes limitadores ou de restrição. Eles também são considerados, junto com a cápsula, meios de união da ATM.


A abertura da boca envolve depressão e protusão. O movimento para a frente, ou protusivo, permite a depressão maior da mandíbula, impedindo o movimento posterior do ângulo da mandíbula em direção às estruturas no pescoço.

CÁPSULA ARTICULAR
A membrana sinovial da cápsula articular reveste todas as superfícies não-articulares dos compartimentos superior e inferior da articulação e fixa-se às margens do disco articular. A membrana fibrosa da cápsula articular encerra o complexo da ATM e está fixada:

  • acima, ao longo da margem anterior do tubérculo articular;
  • lateral e medialmente, ao longo das margens da fossa articular;
  • posteriormente, à região da sutura timpanoescamosa;
  • abaixo, em torno da parte superior do colo da mandíbula.
O disco articular fixa-se em torno de sua periferia, na superfície interna da membrana fibrosa.

LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES
2 ligamentos extracapsulares estão associados à ATM - lateralmente, esfenomandibular e estilomandibular.
O ligamento lateral (ou temporomandibular) está mais próximo da articulação, imediatamente lateral à cápsula e corre diagonalmente para trás, a partir da margem do tubérculo articular, em direção ao colo da mandíbula.
O ligamento esfenomandibular é medial à articulação temporomandibular e corre da espinha do osso esfenoide na base do crânio, à língua, na face medial do ramo da mandíbula.
O ligamento estilomandibular passa do processo estiloide do osso temporal para a margem posterior do ramo e ângulo da mandíbula.

MOVIMENTOS DA MANDÍBULA
Ocorre um ato de mastigação ou de moagem quando os movimentos na articulação temporomandibular, de um lado, são coordenados com o conjunto recíproco de movimentos na articulação do lado oposto. Os movimentos da mandíbula incluem depressão, elevação, protusão e retração:
  • a depressão é gerada pelos músculos digástrico, genioioideo e milo-hioideo em ambos os lados e, normalmente, é auxiliada pela gravidade. Como envolve o movimento da cabeça da mandíbula para a frente, em direção ao tubérculo articular, os músculos pterigoideos laterais também estão envolvidos;
  • a elevação é um movimento muito potente gerado pelos músculos temporal, masseter e pterigoideo medial e envolve o movimento da cabeça da mandíbula para a fossa mandibular;
  • a protração é obtida principalmente pelo músculo pterigoideo lateral, com uma certa assistência do pterigoideo medial;
  • a retração é executada pelos músculos genioioideo e digástrico e pelas fibras posterior e profunda dos músculos temporal e masseter, respectivamente.
Exceto pelo músculo genioioideo, que é inervado pelo nervo espinal CI, todos os músculos que movimentam as ATM são inervados por ramos do nervo mandibular V3 que se originam na fossa infratemporal.



As características da mandíbula encontram-se resumidas na tabela
a seguir. A mandíbula articula-se com o osso temporal e, ao
mastigar e ao falar, somente esta se move; a maxila permanece
estática. Os dentes inferiores estão contidos na parte alveolar da
mandíbula.
os dentes inferiores, utilizando diferentes cores para
cada um dos tipos (observe que há 16 dentes na mandíbula e
16 dentes na maxila):
1. Molares (os terceiros molares são denominados
“sisos”) (6 dentes)
2. Pré-molares (bicúspides) (4 dentes)
3. Caninos (2 dentes)
4. Incisivos (4 dentes)
Na verdade, a articulação Temporomandibular (ATM) consiste
em duas articulações sinoviais em uma única articulação, separadas
por um disco articular. As faces articulares da maioria das
articulações sinoviais são cobertas por cartilagem hialina, mas as
faces articulares da ATM são cobertas por fi brocartilagem. A ATM
é uma articulação sinovial do tipo dobradiça modifi cada; suas
características encontram-se resumidas na tabela a seguir

os seguintes componentes da ATM:
5. Cápsula articular
6. Ligamento lateral (temporomandibular)
7. Disco articular




Dois ligamentos extrínsecos e o ligamento lateral unem a mandíbula ao crânio. O ligamento
estilomandibular que, na verdade, é um espessamento da cápsula fibrosa da glândula parótida, seguedo processo estiloide até o ângulo da mandíbula (Figura 7.69E e F). Não contribui significativamente
para a força da articulação. O ligamento esfenomandibular segue da espinha do esfenoide até a
língula da mandíbula (Figuras 7.69F e 7.70C). É o principal responsável pela sustentação passiva da
mandíbula, embora o tônus dos músculos da mastigação geralmente sustente o peso da mandíbula.
Entretanto, os ligamentos esfenomandibulares atuam como uma “dobradiça oscilante” para a
mandíbula, servindo como fulcro e como ligamento controlador para os movimentos da mandíbula
nas ATM.
Os movimentos da mandíbula nas ATM são mostrados na Figura 7.71, e os músculos (ou forças)
responsáveis pelos movimentos são resumidos no Quadro 7.10. Quando a boca está fechada e em
repouso, as cabeças da mandíbula são mantidas na posição retraída nas fossas mandibulares, e o
queixo é elevado pelo tônus dos músculos retratores e elevadores da mandíbula (Figuras 7.69A e C,
7.70B e C e 7.71A). Ao dormir na posição de decúbito dorsal ou sentada (cabeça levantada), no
início do estado de sono profundo a contração tônica relaxa e a gravidade causa a depressão da
mandíbula (a boca se abre).
Para permitir mais do que um pequeno grau de depressão da mandíbula — isto é, para abrir mais
a boca além de apenas separar os dentes superiores e inferiores — a cabeça da mandíbula e o disco
articular devem movimentar-se anteriormente sobre a face articular até que a cabeça da mandíbula
esteja situada inferiormente ao tubérculo articular (um movimento designado como “translação”
pelos dentistas) (Figura 7.71B). Quando isso ocorre sem depressão, há protrusão do queixo. Na
maioria das vezes há depressão da mandíbula (a boca é aberta), pois a cabeça da mandíbula e o
disco articular deslizam em direção ao tubérculo articular, e a depressão completa só é possível
quando há protração completa das cabeças e dos discos (Figuras 7.69B e D e 7.71C). Se a protração
da cabeça e do disco for unilateral, a cabeça contralateral gira (em torno de um eixo) sobre a face
inferior do disco articular na posição retraída, permitindo movimentos simples de mastigação
laterolateral ou movimento de rangido de pequena amplitude (Figura 7.71D e E). Durante a protrusão
e a retração da mandíbula, a cabeça e o disco articular deslizam anterior e posteriormente sobre a
face articular do temporal, com os dois lados movendo-se juntos (Figura 7.71A e B).























Um comentário: