terça-feira, 11 de julho de 2017

Dentes

Componentes dos dentes:
Todos os componentes a seguir se formam à medida que o dente também se forma dentro dos ossos. 

TECIDO DURO
  • Esmalte
  • Dentina
  • Polpa


TECIDO DE SUPORTE
  • Gengiva
  • Osso
  • Ligamento periodontal
  • Cemento


























ODONTOGÊNESE

O processo de formação dos dentes decíduos e alguns permanentes inicia-se a partir da  semana de desenvolvimento.
















Anatomia Crânio

















O crânio consiste em uma série de ossos articulados entre si por junturas (articulações fibrosas) imóveis, com exceção apenas da mandíbula, que se articula com o osso temporal por uma articulação móvel sinovial.
Tem como função primordial abrigar e proteger o encéfalo, no entanto, aloja e protege as porções iniciais das vias aérea e digestiva, bem como os órgãos de sensibilidade especial (audição, visão, gustação, olfação, equilíbrio).
O plano que orienta a posição do crânio nas descrições anatômicas é chamado de plano orbitomeático, descrito e aceito internacionalmente por antropologistas e anatomistas, esse plano é horizontal e passa pela borda superior do meato acústico externo e pela borda inferior da órbita esquerda, corresponde à posição natural do crânio com o indivíduo na posição anatômica.

















A cabeça tem um conjunto de 22 ossos, excluindo-se os ossículos da audição.
A maioria dos ossos da calvária é unida por suturas entrelaçadas fibrosas, entretanto, durante a infância, alguns ossos (esfenoide e occipital) são unidos por cartilagens hialina (sincondroses). 
O crânio pode ser subdividido em:




  • Neurocrânio (calvária e base do crânio) - parte superior que envolve a cavidade do crânio contendo o encéfalo e as meninges que o recobrem.
  • Viscerocrânio - parte inferior, são os esqueletos da face.
Temos também os ossículos do ouvido médio (meato acústico) que são: martelo (2), bigorna (2) e estribo (2).


NEUROCRÂNIO
É constituído de 8 ossos:
  1. frontal (1)
  2. occipital (1)
  3. esfenoide (1)
  4. etmoide (1)
  5. parietais (2)
  6. temporais (2)

O neurocrânio tem um teto em forma de cúpula (calvária ou calota do crânio) e um assoalho - base do crânio.
Os ossos do neurocrânio são revestidos externamente por periósteo (pericrânio) que possui pouca capacidade osteogênica. Internamente é forrado pelo folheto externo da dura-máter, o endocrânio, que não possui capacidade osteogênica.
Os ossos que formam a calvária são basicamente planos: 
  • frontal
  • temporal
  • parietal
Esses osso são formados por ossificação intramembranosa do mesênquima da cabeça a partir da crista neural

Os ossos da base do crânio são basicamente irregulares e tem grandes partes planas:
  • esfenoide
  • temporal

    VISCEROCRÂNIO
    É o esqueleto facial. É constituído de 14 ossos:
    1. vômer (1)
    2. mandíbula (1)
    3. zigomáticos (2)
    4. maxilas (2)
    5. nasais (2)
    6. lacrimais (2)
    7. palatinos (2)
    8. conchas nasais inferiores (2)

    O etmoide é um osso irregular que forma uma parte mediana pequena do neurocrânio, mas faz parte principalmente do viscerocrânio.



    SUTURAS
    Os ossos da calvária estão fixados uns aos outros por meio de suturas:
    • coronal - separa o osso frontal e os parietais;
    • sagital - separa os parietais;
    • lambdoidea - separa os parietais e temporais do occipital;
    • esfenoparietal - separa o esfenoide do parietal;
    • esfenoescamosa - separa o esfenoide do temporal;
    • occipitomastoidea - separa a parte mastoidea do osso temporal do occipital;
    • parietomastoidea - separa a parte mastoidea do osso temporal do parietal;
    • escamosa - separa a parte escamosa do temporal do parietal.



























    DESENVOLVIMENTO DO CRÂNIO
    Os ossos do crânio originam-se do mesênquima em torno do encéfalo embrionário. Diferente do resto do corpo que a ossificação se faz pelo tipo endocondral, exceto pela clavícula, os ossos do crânio podem se ossificar via endocondral ou via intramembranosa:
    • ossificação intramembranosa - são os ossos da calota e uma pequena parte da base. São eles: frontal, parietal, parte escamosa do temporal, porção superior da parte escamosa do occipital, vômer, lacrimal, nasal, palatino, a maior parte dos processos pterigoideos e as asas do esfenoide, zigomático, maxila e mandíbula.
    • ossificação endocondral - são os ossos que constituem a maior parte da base do crânio e formam, precocemente, na vida fetal, o condrocrânio. São eles: a maior parte do occipital, as partes petrosa e mastoide do temporal, corpo e asas menores do esfenoide, etmoide e concha nasal inferior.













    Sistema Muscular e Tecido Muscular

    TECIDO MUSCULAR
    O tecido muscular é responsável pelos movimentos corpóreos, manutenção da postura, batimentos cardíacos, movimentação dos alimentos do trato gastrointestinal, ajuste do diâmetro das artérias, focalização do olho.
    É o tecido responsável por transformar a energia em movimento mecânico.
    Apesar de muitas células terem a capacidade de se contrair, ainda que de modo limitado, é a capacidade das células musculares, especializadas para a contração, que torna a locomoção possível.
    O tecido muscular é constituído por células alongadas, que contêm grande quantidade de filamentos citoplasmáticos de proteínas contráteis, as quais geram as forças necessárias para a contração desse tecido, utilizando a energia contida nas moléculas de ATP.
    As células musculares são de origem mesodérmica, e sua diferenciação ocorre pela síntese de proteínas filamentosas, concomitante com o alongamento das células. Elas são envolvidas pela lâmina basal.
    O tecido muscular pode ser classificado em 3 tipos, de acordo com as características morfológicas e funcionais da células que as constituem:

    MÚSCULO ESTRIADO


    MÚSCULO LISO








    As células dos músculos estriados
    apresentam uma alternância de discos claros e escuros característicos,
    e que estão ausentes nos músculos lisos (Fig. 8.1).
    Há dois tipos de músculos estriados: esquelético, que constitui
    a maior parte da massa dos músculos voluntários do corpo, e
    músculo cardíaco, involuntário, limitado quase exclusivamente
    ao coração.
    O músculo
    estriado esquelético, formado por feixes de células
    cilíndricas muito longas e multinucleadas, que apresentam
    estriações transversais. Essas células, ou fibras, têm contração
    rápida e vigorosa e estão sujeitas ao controle voluntário.
    O músculo estriado cardíaco, cujas células também
    apresentam estrias transversais, é formado por células
    alongadas e ramificadas, que se unem por intermédio dos
    discos intercalares, estruturas encontradas exclusivamente
    no músculo cardíaco. A contração das células musculares
    cardíacas é involuntária, vigorosa e rítmica.

    O músculo
    liso, formado por aglomerados de células fusiformes que
    não possuem estrias transversais. No músculo liso, o processo
    de contração é lento e não está sujeito ao controle
    voluntário.
    Os músculos lisos estão localizados nas paredes dos vasos
    sangüíneos e das vísceras, assim como na derme da pele.
    Freqüentemente, são usados termos exclusivos para descrever
    os componentes das células musculares. Assim, a membrana da
    célula muscular é denominada sarcolema; o citoplasma, sarcoplasma;
    o retículo endoplasmático liso, retículo sarcoplasmático;
    e, ocasionalmente, os mitocôndrios, sarcossomos. Corno
    são muito mais longas do que largas, as células musculares são freqüentemente
    denominadas fibras musculares; entretanto, diferentemente
    das fibras de colágeno, elas são entidades vivas.
    Todos os três tipos musculares derivam do mesoderma. O
    músculo cardíaco origina-se do mesoderma da esplancnopleura
    e do mesoderma somático, enquanto a maioria dos músculos
    esqueléticos origina-se do mesoderma somático.





    SISTEMA MUSCULAR



    O sistema muscular é formado por todos os músculos do corpo. Os músculos esqueléticos
    voluntários constituem a grande maioria dos músculos. Todos os músculos esqueléticos são
    formados por um tipo específico de tecido muscular. No entanto, outros tipos de tecido muscular
    formam alguns músculos (p. ex., os músculos ciliar e detrusor, além dos músculos eretores dos
    pelos) e importantes componentes dos órgãos de outros sistemas, aí incluídos os sistemas
    circulatório, digestório, genital, urinário, tegumentar e visual.
    O termo “miologia” deriva do grego “mios”, que significa músculo,
    e “logus”, que significa estudo. Portanto, Miologia é a parte
    da Anatomia que estuda os músculos. Os músculos são estruturas
    constituídas por células (fibras musculares) com capacidade de se
    contrair (diminuindo o seu comprimento) e relaxar (alongando-se).














    Tecido Conjuntivo

    Parênquima X Estroma



    TECIDO CONJUNTIVO
    Como seu nome indica, é um tecido que forma um contínuo com com os tecidos epiteliais, muscular e nervoso, a fim de manter um corpo funcionalmente integrado.
    A maior parte dos tecido conjuntivos origina-se do mesoderma. As células multipotentes do embrião originam-se desta camada (mesênquima). As células mesenquimatosas migram por todo o corpo dando origem aos tecidos conjuntivos e suas células, incluindo as do osso, cartilagem, tendões, cápsulas, células sanguíneas e hematopoéticas e células linfoides.
    Os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Esse papel mecânico é dado por um conjunto de moléculas (matriz) que conecta e liga as células e órgãos, dando, desta maneira, suporte ao corpo.

    O tecido conjuntivo maduro é classificado em tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo especializado.

    Classificação:

    1) Tecido Conjuntivo Propriamente Dito:

    1-A) Frouxo: É flexível e bem vascularizado, suas células predominantes são os fibroblastos e macrófagos. Esta presente entre as células musculares lisas, abaixo dos epitélios (lâmina própria em órgãos ocos), ao redor dos vasos sanguíneos. Suporta pequena pressão e atrito.
    1-B) Denso : É adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. Possui bem menos células e muitas fibras colágenas. É menos flexível e mais resistente.
    • Modelado - oferece resistência em 1 só direção, já que suas fibras estão alinhadas aos fibroblasto.  Estão presentes nos tendões.
    • Não modelado - oferece resistência em qualquer direção, já que suas fibras estão dispostas sem orientação definida. Estão presentes na derme profunda da pele.
    2) Tecido Conjuntivo Especializado:
    • Adiposo
    • Sanguíneo e hemopoético
    • Linfoide
    • Cartilaginoso
    • Ósseo

    Esse tecido é dividido em:

    1) Matriz Extracelular
    Substância fundamental, complexo viscoso e altamente hidrofílico de macromoléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas (laminina, fibronectina, entre outras) que se ligam a proteínas receptoras (integrinas) presentes na superfície de células bem como a outros componentes da matriz, fornecendo, desse modo, força, tensão e rigidez à matriz

    Fibras -
    são formadas por proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas. São classificadas em :
    • Colágenas - são as mais abundantes no tecido conjuntivo, sendo a principal a do tipo I. São como cabos de tensão, fazendo com que o tecido resista a forças de tração, devido a sua deposição nos sentidos transversal e longitudinal (uma única fibra pode suportar 10kg), 
    • Reticulares - são formadas, predominantemente pelocolágeno tipo II, que são extremamente finas e não são visíveis na coloração HE, porém são argirófilas (afinidade por sais de prata), assim podem ser visualizadas em cor preta pela impregnação com sais de prata. São abundantes no músculo liso, endoneuro, medula óssea.
    • Elásticas -  promovem o oposto das fibras colágenas, depois de esticadas voltam ao normal. As fibras elásticas se diferenciam em estágios: 1- Oxitalâmica: Não possui elasticidade, é altamente resistente a força de tração, não secretam elastina e esta presente em algunas locais da derme e nas fibras da zônula do olho. 2- Elaunínica: Possui uma maior capacidade elástica, começa a acumular elastina e esta presente nas glândulas sudoríparas e na derme. 3- Elástica: É a fibra madura, com alta elasticidade, ou seja, se distendem facilmente quando tracionadas, estão presentes na orelha e nos vasos.

    Fluido tecidual
    Diferente dos outros tipos de tecidos (epitelial, muscular e nervoso), que são formados principalmente por células, possui como principal constituinte a matriz extracelular.

    2) Células
    Podem ser classificadas de acordo com sua função básica:
    • Células responsáveis pela síntese e manutenção de componentes estruturais da MEC: Células mesenquimais, fibroblastos, fibrócitos e miofibroblastos
    • Células com função de reparação e defesa: Leucócitos, macrófagos, plasmócitos e mastócitos.
    • Células responsáveis pelo armazenamento e metabolismo das gorduras: Adipócitos uniloculares e multiloculares.


    Podem ter sido originadas de 2 tipos de linhagens


    Podem ser classificadas como:
    • Fixas (transitórias) - são originadas no tecido conjuntivo e permanece no mesmo. Fibroblastos, adipócitos e mastócitos.
    • Migratórias - são originadas principalmente na medula óssea e circulam o sangue, são as células de defesa. Plasmócitos, linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos.
    FIBROBLASTOS
    São as principais células do tecido conjuntivo, responsável pela síntese de quase toda MEC. São divididos em:

    • Fibroblastos (fibroblasto ativos) - células alongadas fusiformes, possuindo prolongamentos e com citoplasma abundante.
    • Fibrócitos (fibroblasto quiescentes) - são células menores, possuem núcleo alongado, com poucos prolongamentos citoplasmáticos.

    ADIPÓCITOS
    São células que se tornaram especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicérides (gordura neutra) quando necessários ao corpo, além de produzirem hormônios e fatores de crescimento.

    MASTÓCITOS
    São células que medeiam o processo inflamatório e as reações de hipersensibilidade imediata. Sua principal função é de estocar mediadores químicos da resposta inflamatória (histamina e heparina) em seus grânulos secretores. São amplamente distribuídos pelo corpo, porém são abundantes na derme e no trato digestivo e respiratório. Sua superfície contém receptores específicos para IgE (produzida pelo plasmócito).
    Os monócitos são células transitórias, os macrófagos são células fixas.

    PLASMÓCITOS
    São originados na medula óssea pelos linfócitos B e secretam anticorpo.

    MACRÓFAGOS
    Alguns são fixos, outros são transitórios. Fagocitam substâncias estranhas e células lesadas e senescentes. Os monócitos são originados na medula óssea, circulam o sangue e ao cruzarem as paredes das vênulas e capilares penetram no tecido conjuntivo, no qual amadurecem e adquirem as características morfológicas e funcionais de macrófagos. Em algumas regiões são denominados diferente: célula de Kupffer no fígado, micróglia no SNC, célula de Langerhans na pele, osteoclastos no tecido ósseo.

    LEUCÓCITOS
    Essas células migram através da parede de capilares do sangue para os tecidos conjuntivos (diapedese), e não retornam ao sangue, com exceção dos linfócitos que circulam continuamente em vários compartimentos do corpo. São eles: Monócitos, linfócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 


    FONTE: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/Hematopoiese_humana_pt.jpg












    segunda-feira, 10 de julho de 2017

    Sistema Articular e Tecido Cartilaginoso

    Tecido Cartilaginoso

    O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida, em que desempenha função de fornecer suporte à tecidos moles (traqueia e brônquios), reveste superfícies articulares (no encontro entre um osso e outro) em que absorve choques e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações, também é importante na formação e no crescimento, principalmente dos ossos longos.
    O tecido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos, suas células recebem nutrientes, que se difundem pela matriz, provenientes dos vasos sanguíneos presentes nos tecidos conjuntivos que envolvem a cartilagem. Apresenta:
    • água;
    • fibras colágenas (principalmente do tipo II);
    • proteoglicanos;
    • glicoproteínas multiadesivas;
    • células (condrócitos).
    Como os demais tipos de tecido conjuntivo, o tecido cartilaginoso contém células e abundante material extracelular, que constitui a matriz.

    As células são chamadas de condrócitos, que são originadas de condroblastos, os quais ocupam cavidades na matriz extracelular chamadas de lacunas, em que uma lacuna pode conter 1 ou mais condrócitos. São células secretoras de colágeno, principalmente do tipo II, proteoglicanos e glicoproteínas, como a condronectina. Os condrócitos vivem em baixa tensão de oxigênio.

    A matriz extracelular pode ser constituídas por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, glicoproteínas, fibras colágenas e fibras elásticas. O tecido é nutrido a partir de capilares do tecido envolvente (pericôndrio). As cartilagens que revestem as superfícies dos ossos n as articulações móveis não possuem pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares. 


    Tipos de cartilagens

    Segundo as fibras presentes na matriz, há 3 tipos de cartilagens:
    • Cartilagem hialina - é o tipo mais frequente encontrado no corpo humano. Possui uma matriz constituída por colágeno tipo II associado ao ácido hialurônico, proteoglicanos bem hidratados e glicoproteínas, além de condronectina (que possui sítios de ligação para condrócitos, colágeno tipo II e glicosaminoglicanos). Esta cartilagem forma o molde cartilaginoso de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário, e constitui as placas epifisárias dos ossos em crescimento. No adulto, a cartilagem hialina é encontrada principalmente na parede das fossas nasais, traqueia e brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos (articulações com grande mobilidade). 
    • Cartilagem elástica - assemelha-se à cartilagem hialina, porém inclui, além das fibras de colágeno tipo II, uma abundante rede de fibras elásticas contínuas com as do pericôndrio, possui maior elasticidade. Sendo encontradas no pavilhão da orelha, nas tubas auditivas interna e externa, epiglote e laringe .
    • Fibrocartilagem - possui substância fundamental escassa e abundante fibras colágenas do tipo I, que estão alternadas paralelamente com as fileiras de condrócitos. Não possuem pericôndrio. Esta presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares e ligada ao osso.


    Células da cartilagem hialina

    Células condrogênicas
    São células fusiformes,estreitas, originárias de células mesenquimatosas. Estas células podem se diferenciar em condroblastos, ou em células osteoprogenitoras. 

    Condroblastos
    Originam-se de 2 fontes:
    • células mesenquimatosas - no centro formador de cartilagem;
    • células condrogênicas - da camada celular interna do pericôndrio.
    Condrócitos
    São as células diferenciadas a partir de condroblastos circundados pela matriz que ele próprio sintetizou. Quando situados perto da periferia são alongados, e quando situados mais profundamente na cartilagem são mais arredondados.


    Matriz da cartilagem hialina 

    A matriz da cartilagem hialina é composto por colágeno tipo II, proteoglicanos, glicoproteínas e fluído extracelular. O colágeno tipo II não forma feixes grandes, apesar de a espessura dos feixes grandes.



    Crescimento

    O crescimento da cartilagem deve-se a dois processos:

    • crescimento intersticial - por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes, praticamente só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem. À medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição.
    • crescimento aposicional -  que se faz a partir das células do pericôndrio. 


    Pericôndrio

    Todas as cartilagens hialinas, exceto as cartilagens articulares, são envolvidas pelo pericôndrio. O pericôndrio é formado por tecido conjuntivo denso, na sua maior parte, muito rico em fibras de colágeno tipo I na parte mais superficial, porém gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima  da cartilagem. Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, é responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos da cartilagem, pois nele estão localizados vasos sanguíneos e linfáticos, inexistente no tecido cartilaginoso. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos, porém as situadas mais profundamente, isto é, próximo à cartilagem, podem facilmente multiplicar-se por mitoses e originar condrócitos, caracterizando-se assim, funcionalmente, como condroblastos.



    Crescimento da Cartilagem Hialina

    As
    Histogênese e Crescimento da Cartilagem Hialina
    As células responsáveis pela formação da cartilagem hialina
    originam-se de células mesenquimatosas.
    Na região na qual haverá formação de cartilagem, células
    mesenquimatosas individuais retraem seus prolongamentos,
    tornam-se arredondadas e se reúnem em massas densas denominadas
    centros formadores de cartilagem. Estas célulasse diferenciam tornando-se condroblastos e começam a secretar
    matriz em torno de si. C om a continuação deste processo,
    os condroblastos ficam envolvidos pela matriz secretada por
    eles e acabam contidos dentro de pequenos compartimentos
    individuais denominados lacunas.
    Quando os condroblastos se tornam envolvidos pela matriz,
    eles passam a ser denominados condrócitos (Fig. 7.2). Estas
    células ainda são capazes de divisão celular, e formam grupos
    de duas a quatro ou mais células dentro de uma lacuna. Estesgrupos são denominados grupos isógenos e representam uma,
    duas ou mais divisões celulares de um condrócito original (ver
    Fig. 7.1). C om a produção de matriz, as células de um grupo
    isógeno separam-se umas das outras formando lacunas individuais
    e, desta maneira, aumentam a cartilagem por dentro. Este
    tipo de crescimento é denominado crescimento intersticial.

    Células mesenquimatosas situadas na periferia da cartilagem
    em desenvolvimento diferenciam-se formando fibroblastos.
    Estas células produzem um tecido conjuntivo denso, de
    fibras colágenas, não modelado, o pericôndrio, responsável
    pelo crescimento e manutenção da cartilagem. O pericôndrio
    tem duas camadas, uma camada fibrosa externa, composta
    por colágeno tipo I, fibroblastos e vasos sangüíneos, e uma
    camada celular interna, composta principalmente por c é lulas
    condrogênicas. As células condrogênicas dividem-se
    e tornam-se condroblastos, que começam a sintetizar matriz.
    Desta maneira, a cartilagem também cresce por acréscimo a
    sua periferia, um processo denominado crescimento por
    aposição.
    O crescimento intersticial somente ocorre na fase inicial da
    formação da cartilagem hialina. Entretanto, a cartilagem articular,
    que não possui pericôndrio, somente cresce por crescimento
    intersticial. Este tipo também ocorre nas placas epifisárias
    dos ossos longos, nas quais as lacunas dispõem-se com
    uma orientação longitudinal paralela ao eixo maior do osso; por
    isso, o crescimento intersticial serve para tornar o osso mais
    longo. A cartilagem do resto do corpo cresce principalmente
    por aposição, um processo controlado, que pode continuar
    durante a vida da cartilagem.




    SISTEMA ARTICULAR

    As articulações são uniões (junções) entre 2 ou mais ossos ou partes rígidas do esqueleto. As articulações exibem várias formas e funções. Algumas não possuem movimento, como as lâminas epifisiais entre a epífise e a diáfise de um osso longo em crescimento, outras permitem apenas pequeno movimento, como os dentes em seus alvéolos, outras têm mobilidade livre, como a articulação do ombro.




    As articulações podem ser classificadas de acordo com a constituição
    tecidual que faz a conexão entre os ossos ou as cartilagens.
    As articulações por continuidade, em que os ossos se unem por
    um tecido conjuntivo fibroso, são denominadas de Articulações
    fibrosas. Aquelas em que os ossos se unem por um tecido cartilaginoso
    são ditas Articulações cartilagíneas, e aquelas, em que os
    ossos estão justapostos, separados por uma fenda articular e envolvidos
    por uma cápsula articular, são chamadas de Articulações
    sinoviais. A Figura 3.1 mostra os três tipos de articulações.
    3.3 Articulações Fibrosas
    Podemos classificar as articulações fibrosas em três tipos
    fundamentais de acordo com a união que ocorre entre os ossos
    ou as cartilagens. Os três tipos fundamentais são: suturas,
    sindesmoses e gonfoses.
    3.3.1 Suturas
    Encontramos as suturas principalmente entre os ossos do
    crânio, em que a união é feita por tecido conjuntivo fibroso.
    As suturas são classificadas em planas se as margens de contato
    entre os ossos são planas, um exemplo é a união que ocorre
    entre os ossos nasais (veja a Figura 3.2A). As suturas são
    classificadas em denteadas ou serreadas (veja a Figura 3.2B)
    se as margens de contato dos ossos são em forma de dentes
    de serra, como é o caso da maioria das articulações dos ossos
    da cabeça. E finalmente se têm as suturas escamosas (veja a
    Figura 3.2C) se a margens dos ossos são em forma de escama,
    como ocorre entre com os ossos parietal e temporal.
    3.3.2 Sindesmoses
    Outro tipo de articulação fibrosa é a sindesmose. Nela o
    tecido interposto é o conjuntivo fibroso, que faz a união dos ossos a distância. Encontramos esse tipo de articulação entre os
    corpos do rádio e da ulna e entre a tíbia e a fíbula, em que a união
    é feita pela membrana interóssea de constituição fibrosa (veja a
    Figura 3.3).
    3.3.3 Gonfoses
    Temos, ainda, um terceiro tipo de juntura fibrosa chamada de
    gonfose. Encontra-se esse tipo de articulação somente entre os
    dentes e os alvéolos dentários da maxila e da mandíbula. Os dentes
    estão fixados nos ossos por intermédio de tecido conjuntivo
    fibroso (veja a Figura 3.4). 3.4 Articulações Cartilagíneas
    Neste tipo de articulação a união (conexão) entre os ossos e feita
    por cartilagem hialina ou fibrocartilagem. As articulações cartilagíneas
    apresentam pouca mobilidade e são de dois tipos: sincondroses
    e sínfises.
    3.4.1 Sincondroses
    Nas sincondroses a união entre os ossos ocorre por meio de
    cartilagem hialina. Esse tipo de articulação pode ser intra-ósseas
    − dentro de um mesmo osso (metáfise dos ossos longos) − ou interósseas
    − entre ossos diferentes (osso occipital e osso esfenóide,
    como mostra a Figura 3.5).
    3.4.2 Sínfises
    Um outro tipo de articulação cartilagínea é a sínfise. Na sínfise
    a união entre os ossos se faz por meio de tecido fibrocartilaginoso.
    É o que acontece na união entre os corpos das vértebras e também
    na sínfise púbica. Nesses locais o disco intervertebral e o disco interpúbico
    de constituição fibrocartilaginoso se interpõem às vértebras
    e aos ossos dos púbicos, respectivamente (veja a Figura 3.6).
    3.5 Articulações Sinoviais
    Quando realizamos o movimento do braço, caminhamos ou
    chutamos uma bola, estamos usando uma articulação do tipo sinovial.
    As articulações sinoviais são aquelas que apresentam grande
    amplitude de movimento e se caracterizam pela presença de uma cápsula articular responsável pela união entre os ossos. Nesse
    tipo de articulação, encontram-se elementos constantes e elementos
    inconstantes.
    3.5.1 Elementos constantes e inconstantes das
    junturas sinoviais
    Os elementos constantes das articulações sinoviais são aqueles
    elementos que estão presentes em todas as articulações sinoviais.
    Eles são representados pelas seguintes formações:
    1. superfícies ósseas articulares – que correspondem às superfícies
    de contato entre os ossos;
    2. cartilagens articulares – de constituição hialina situada nas
    extremidades dos ossos;
    3. cápsula articular – constituída de membrana fibrosa externa e
    de membrana sinovial interna;
    4. líquido sinovial – produzido pela membrana sinovial; e
    5. cavidade articular – espaço entre os ossos preenchido de líquido
    sinovial. O líquido sinovial composto de ácido hialurônico
    lubrifica as articulações a fim de evitar o atrito entre as
    superfícies ósseas (veja a Figura 3.7).
    1. discos articulares − estruturas fibrocartilaginosas em forma
    de disco que permitem que duas superfícies ósseas discordantes
    possam articular entre si. Encontramos disco na
    articulação entre o osso temporal e a mandíbula (articulação
    temporomandibular);
    2. meniscos − estruturas fibrocartilaginosas em forma de meialua
    (disco incompleto) que agem como amortecedores de peso
    e permitem a estabilização da articulação do joelho;
    3. lábio articular − estrutura em forma de anel que amplia uma
    das superfícies articulares (encontramos um lábio na escápula
    da articulação escápulo-umeral e na articulação do quadril); e
    4. ligamentos − estruturas em forma de fita modelada rica em
    fibras colágenas e elásticas que ajudam na fixação dos ossos
    articulados. Os ligamentos são de origens musculares ou capsulares,
    podem se localizar na substância da cápsula articular
    (capsular), dentro da cápsula articular (intracapsular) ou por
    fora da cápsula articular (extracapsular). Eles desempenham as
    funções de coesão ou adesão, e frenam ou limitam os movimentos
    articulares (veja a Figura 3.8).  PAGINA 55


    As articulações são junções entre os ossos. Três tipos de
    articulações são identifi cadas em humanos:
    • Fibrosas (sinartroses): ossos unidos por um tecido conjuntivo
    fi broso (os exemplos incluem as suturas de alguns ossos do
    crânio, as ligações fi brosas entre alguns ossos longos e as
    gonfoses (dentes na mandíbula e na maxila)
    • Cartilagíneas (anfi artroses): ossos unidos por uma cartilagem
    ou por uma cartilagem e um tecido fi broso; inclui os tipos
    primária, sincondrose (cartilagem epifi sial dos ossos em
    crescimento) e secundária, sínfi se (disco intervertebral entre
    as vértebras adjacentes da coluna vertebral)
    • Sinoviais (diartroses): ossos unidos por uma cavidade articular
    preenchida com líquido sinovial e revestida por uma cápsula,
    com uma cartilagem articular revestindo as superfícies opostas
    as seguintes características de cada um dos três
    principais tipos de articulações:
    1. Sutura: um tipo de articulação fi brosa que permite
    pouco movimento
    2. Membrana interóssea: também um tipo de
    articulação fi brosa que permite algum movimento
    3. Cartilagem epifi sial: uma articulação cartilagínea
    que é imóvel
    4. Disco intervertebral: uma articulação cartilagínea
    que permite algum movimento
    5. Articulação sinovial: o tipo mais frequente
    de articulação, a qual permite uma variedade de
    movimentos (colorir a cápsula fi brosa, a membrana
    sinovial, a cartilagem articular e a cavidade da
    articulação sinovial, cada uma de uma cor diferente)
    Geralmente, quanto mais movimento ocorre em uma articulação,
    maior é a vulnerabilidade desta articulação em sofrer uma
    lesão ou deslocamento. As articulações que permitem pouco ou
    nenhum movimento oferecem maior sustentação e resistência


    CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
    Três classes de articulações são descritas de acordo com a forma ou o tipo de material pelo qual os
    ossos são unidos.
    Nas articulações sinoviais, os ossos são unidos por uma cápsula articular (formada por uma
    camada fibrosa externa revestida por uma membrana sinovial serosa) que transpõe e reveste a
    cavidade articular. A cavidade articular de uma articulação sinovial, como o joelho, é um espaço
    potencial que contém um pequeno volume de líquido sinovial lubrificante, secretado pela
    membrana sinovial. No interior da cápsula, a cartilagem articular cobre as faces articulares dos
    ossos; todas as outras faces internas são revestidas por membrana sinovial. Na Figura I.16A os
    ossos que normalmente se apresentam apostos foram afastados para demonstração, e a cápsula
    articular foi insuflada. Por conseguinte, a cavidade articular, que normalmente é potencial, está
    exagerada. O periósteo que reveste os ossos na parte externa à articulação funde-se com a
    camada fibrosa da cápsula articular
    Nas articulações fibrosas, os ossos são unidos por tecido fibroso. Na maioria dos casos, o grau de
    movimento em uma articulação fibrosa depende do comprimento das fibras que unem os ossos. As
    suturas do crânio são exemplos de articulações fibrosas (Figura I.16B). Esses ossos estão bem
    próximos, encaixando-se ao longo de uma linha ondulada ou superpostos. A sindesmose, um tipo
    de articulação fibrosa, une os ossos com uma lâmina de tecido fibroso, que pode ser um ligamento
    ou uma membrana fibrosa. Consequentemente, esse tipo de articulação tem mobilidade parcial. A
    membrana interóssea no antebraço é uma lâmina de tecido fibroso que une o rádio e a ulna em
    uma sindesmose. A sindesmose dentoalveolar (gonfose) é uma articulação fibrosa na qual um
    processo semelhante a um pino encaixa-se em uma cavidade entre a raiz do dente e o processo
    alveolar da maxila. A mobilidade dessa articulação (um dente mole) indica distúrbio dos tecidos de sustentação do dente. No entanto, movimentos locais microscópicos nos informam (graças a
    propriocepção) sobre a força da mordida ou do cerrar de dentes, e sobre a existência de uma
    partícula presa entre os dentes
    3Nas articulações cartilagíneas, as estruturas são unidas por cartilagem hialina ou fibrocartilagem.
    Nas sincondroses ou articulações cartilagíneas primárias, os ossos são unidos por cartilagem
    hialina, o que permite leve curvatura no início da vida. As articulações cartilagíneas primárias
    geralmente são uniões temporárias, como as existentes durante o desenvolvimento de um osso
    longo (Figuras I.14 e I.16C), nas quais a epífise e a diáfise são unidas por uma lâmina epifisial.
    As sincondroses permitem o crescimento do osso no comprimento. Quando é atingido crescimento

    completo, a lâmina epifisial converte-se em osso e as epífises fundem-se com a diáfise. As
    sínfises ou articulações cartilagíneas secundárias são articulações fortes, ligeiramente móveis,
    unidas por fibrocartilagem. Os discos intervertebrais fibrocartilagíneos (Figura I.16C) existentes
    entre as vértebras são formados por tecido conjuntivo que une as vértebras. Essas articulações
    proporcionam à coluna vertebral resistência e absorção de choque, além de considerável
    flexibilidade.
    As articulações sinoviais, o tipo mais comum de articulação, permitem livre movimento entre os
    ossos que unem; são articulações de locomoção, típicas de quase todas as articulações dos membros.
    As articulações sinoviais geralmente são reforçadas por ligamentos acessórios separados
    (extrínsecos) ou são um espessamento de parte da cápsula articular (intrínsecos). Algumas
    articulações sinoviais têm características diferentes, como discos articulares fibrocartilagíneos ou
    meniscos, encontrados quando as faces articulares dos ossos são desiguais (Figura I.16A).
    Os seis principais tipos de articulações sinoviais são classificados de acordo com o formato das
    faces articulares e/ou o tipo de movimento que permitem (Figura I.17):
    As articulações planas permitem movimentos de deslizamento no plano das faces articulares. As
    superfícies opostas dos ossos são planas ou quase planas, com movimento limitado por suas
    cápsulas articulares firmes. As articulações planas são muitas e quase sempre pequenas. Um
    exemplo é a articulação acromioclavicular situada entre o acrômio da escápula e a clavícula
    Os gínglimos permitem apenas flexão e extensão, movimentos que ocorrem em um plano (sagital)
    ao redor de um único eixo transversal; assim, os gínglimos são articulações uniaxiais. A cápsula
    dessas articulações é fina e frouxa nas partes anterior e posterior onde há movimento; entretanto,
    os ossos são unidos lateralmente por ligamentos colaterais fortes. A articulação do cotovelo é um
    exemplo de gínglimo
    4As articulações selares permitem abdução e adução, além de flexão e extensão, movimentos que
    ocorrem ao redor de dois eixos perpendiculares; sendo assim, são articulações biaxiais que
    permitem movimento em dois planos, sagital e frontal. Também é possível fazer esses
    movimentos em uma sequência circular (circundução). As faces articulares opostas têm o formato
    semelhante a uma sela (isto é, são reciprocamente côncavas e convexas). A articulação
    carpometacarpal na base do polegar (1o dedo) é uma articulação selar (Figura I.17)
    As articulações elipsóideas permitem flexão e extensão, além de abdução e adução; sendo assim,
    também são biaxiais. No entanto, o movimento em um plano (sagital) geralmente é maior (mais
    livre) do que no outro. Também é possível realizar circundução, mais restrita do que nas
    articulações selares. As articulações metacarpofalângicas são elipsóideas
    As articulações esferóideas permitem movimento em vários eixos e planos: flexão e extensão,
    abdução e adução, rotação medial e lateral, e circundução; sendo assim, são articulações
    multiaxiais. Nessas articulações altamente móveis, a superfície esferóidea de um osso move-se
    na cavidade de outro. A articulação do quadril é uma articulação esferóidea na qual a cabeça do
    fêmur, que é esférica, gira na cavidade formada pelo acetábulo do quadril
    As articulações trocóideas permitem rotação em torno de um eixo central; são, portanto, uniaxiais.
    Nessas articulações, um processo arredondado de osso gira dentro de uma bainha ou anel. Um
    exemplo é a articulação atlantoaxial mediana, na qual o atlas (vértebra C I) gira ao redor de um
    processo digitiforme, o dente do áxis (vértebra C II), durante a rotação da cabeça.












    Sistema Esquelético

    Histologia do Tecido Ósseo


    Foi visto que o tecido conjuntivo, o qual o tecido ósseo faz parte, apresenta diversos tipos de células com diferentes origens. Os osteoclastos originam-se a partir de uma célula tronco hematopoética, já os osteócitos e osteoblastos derivam de uma célula mesenquimal indiferenciada.






























    O tecido ósseo serve de suporte para os tecidos moles e protege órgãos vitais, aloja e protege a medula óssea, proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular.
    Além dessas funções, os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada, são capazes ainda de absorver toxinas e metais pesados, minimizando assim seus efeitos em outros tecidos. Ele é formado por células  (células osteoprogenitoras, osteócitos, osteoblastos e osteoclastos) e MEC calcificada (matriz óssea).

    Células Osteoprogenitoras -
    São células fusiformes e têm um núcleo oval pouco corado. São células bem ativas durante o príodo de crescimento ósseo intenso. Estas células, originadas de células mesenquimatosas embrionárias, podem passar por divisões mitóticas e têm o potencial de se diferenciarem em osteoblastos. Além disso, em certas condições de baixa tensão de oxigênio, estas células podem diferenciar-se em células condrogênicas.

    Osteoblastos -
    São as células provenientes das células osteoprogenitoras. Localizam-se na superfície do osso colocando-se como uma lâmina de células de cuboides a colunares. Quando em intensa atividade sintética, são cuboides, com citoplasma muito basófilo. Em contrapartida, em estado pouco ativo, tornam-se achatados e a basofilia citoplasmática diminui. Ao ser "aprisionado" pela matriz recém-sintetizada, denomina-se osteócito. São responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanos, glicoproteínas), assim como a osteonectina, que facilita a deposição de cálcio, e a osteocalcina, que estimula as atividades dos osteoblastos. A matriz se deposita ao redor do corpo celular e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canalículos. A maior parte da matriz óssea torna-se calcificada, entretanto, os osteoblastos assim como os osteócitos, estão sempre separados da substância calcificada por uma delgada camada não-calcificada denominada osteoide. Quando os osteoblastos da superfície deixam de produzir matriz, eles revertem para um estado de quiescência e são denominados células de revestimento ósseo, que com um estímulo adequado, podem ser reativadas para a forma secretante. Os osteoblastos também possuem receptores para o hormônio paratireoidiano, este hormônio ao se ligar estimula os osteoblasto a secretarem 2 fatores:
    • fator ligante osteoprotegerina - induz a diferenciação dos pré-osteoclastos em osteoclastos;
    • fator osteoclastoestimulante - ativa os osteoclastos a reabsorverem osso.

    Osteócitos -
    São células maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionadas dentro de suas lacunas. São encontrados no interior da matriz óssea, ocupando, cada osteócito, uma lacuna (da qual partem canalículos, onde estão os prolongamentos dos osteócitos). São fundamentais para a manutenção da matriz óssea, já que secretam substâncias necessárias para tal manutenção, sua morte é seguida por reabsorção da matriz. A matriz óssea não é rica em água, portanto seus nutrientes não são passados por difusão, os nutrientes são passados de osteócito à osteócito através de seus canalículos captados por vasos associados.

    Osteoclastos - São células grandes, móveis, multinucleadas, derivadas de progenitores granulócitos-macrófago (que também origina o monócito). Os osteoclastos reabsorvem o tecido ósseo, através de hidrolise enzimática, acidifica o meio e favorece a ação de suas enzimas que foram secretadas, as quais fazem a digestão do tecido ósseo, promovendo a reabsorção de íons e matéria inorgânica alií presente, ou seja, participa do processo de remodelação óssea.















    Matriz Óssea -
    Possui componentes inorgânicos e orgânicos.

    • Componente Inorgânico - os constituintes inorgânicos do osso são principalmente cálcio e fósforo sob a forma de cristais de hidroxiapatita, e também sob a forma amorfa. Os cristais de hidroxiapatita estão dispostos de um modo ordenado ao longo das fibras de colágeno tipo I, são depositados nas regiões lacunares do colágeno, mas também estão presentes ao longo das regiões de sobreposição. Há também bicarbonato, magnésio, potássio e sódio em pequenas quantidades. A dureza e força do osso são causadas pela associação dos cristais de hidroxiapatita com o colágeno. Promove a dureza e força do tecido ósseo.
    • Componente Orgânico - O colágeno, sendo a maior parte do tipo I, constitui de 80% a 90% do componente orgânico do osso. Também é composto por pequenas quantidades de proteoglicanos e glicoproteínas. Promove a resistência do tecido ósseo.

    Endósteo X Periósteo

    Endósteo: Se localiza na parte interna, cavidade central de um osso, (cavidade do osso esponjoso, canal medular, canais de Haveres e de Volkman). É um tecido conjuntivo delgado especializado composto por uma monocamada de células osteoprogenitoras e osteoblastos.

    Periósteo: Se localiza na superfície externa do osso, exceto nas articulações sinoviais. Na sua parte mais superficial contem colágeno e na parte mais profunda contem células osteoprogenitoras (osteogênicas), possui também fibras de Sharpey, que são fibras colágenas do periósteo que durante a formação do osso penetram no osso e quando se calcifica essas fibras ficam presas, ou seja, prendem o periósteo no osso.


    CRESCIMENTO ÓSSEO
    A maioria dos ossos levam anos para crescer e amadurecer. O úmero, por exemplo, começa a ossificar no fim do período embrionários (8 semanas), entretanto a ossificação só se completa aos 20 anos. Todos os ossos derivam do mesênquima (tecido conjuntivo embrionário) por dois processos diferentes:

    • Ossificação Intramembranosa (formação de osso membranoso) - Há formação de modelos mesenquimais dos ossos durante o período embrionário, e a ossificação direta do mesênquima começa no período fetalOcorre em molde de tecido mesenquimal ou quando há reparação de tecido ósseo. Ocorre uma diferenciação de células-tronco mesenquimal em células osteoprogenitoras, as quias sintetizam osteoide (matriz óssea não calcificada), ocorre um aprisionamento de osteoblastos nesta matriz (tornando-se osteócitos, agora calcificada), há um crescimento da matriz e uma associação de elementos à essa matriz originando o osso em si. Ex.:ossos do crânio, mandíbula e maxila, crescimento da espessura de ossos longos. As fontanelas dos ossos frontal e parietais de um recém-nascido representam centros de ossificação que não se fundiram antes do nascimento.
    • Ossificação Endocondral (formação de osso cartilaginoso) - Há formação de modelos cartilaginosos dos ossos, formando o colar ósteo (futura diáfise, formado por ossificação intramembranosa) a partir do mesênquima durante o período fetal, depois os condrócitos entram e apoptose, há uma entrada de vasos nesse molde, e é a partir desses vasos que ocorre a migração de células progenitoras, fazendo-o crescer, tal crescimento induz os condrócitos entrarem em apoptose e a substituição pelo tecido ósseo, onde a maior parte da cartilagem é substituída por osso. Ocorre em moldes de cartilagens hialina e, em alguns casos, reparo ósseo. Ocorre em ossos curtos e em crescimento do comprimento. 



















    Classificação Macroscópica e Microscópica

    O tecido ósseo pode ser classificado de acordo com sua macroscopia ou microscopia. 

    Macroscopia
    Na macroscopia pode ser:
    • Compacto - não possui cavidades visíveis;
    • Esponjoso - possui muitas cavidades intercomunicantes;

    • Longo - onde suas epífises (extremidades) são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta; sua diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta, contendo uma pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte mais profunda;
    • Chato - possui 2 camadas de ossos compactos (tábuas interna e externa) e centro esponjoso (díploe);
    • Curtos - possui centro esponjoso e superfície compacta;






















    No interior das cavidades dos ossos esponjoso e canal medular da diáfise dos ossos longos, tem-se a medula óssea:
    • Vermelha - é fundamentalmente ativa, onde no recém-nascido toda medula óssea é vermelha, que é ativa na produção de células do sangue;
    • Amarela - possui principalmente células adiposas, com aa idade vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com a diminuição da atividade hematógena.
    Microscopica

    Na microscopica o tecido ósseo pode ser classificado em imaturo (primário) e maduro (secundário ou lamelar). Os dois tipos contêm as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz, a diferença está na organização do tecido:


















    •  Primário (imaturo)  -  Suas fibras colágenas e osteócitos se organizam irregularmente, de forma aleatória. Encontra-se em adulto no alvéolo dentário (onde existe uma intensa remodelação tecidual), nas suturas dos ossos craniais e é o qual surge primeiramente, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas, sendo temporário e substituído pelo tecido:
    •  Secundário (maduro ou lamelar) - Suas fibras colágenas se organizam em lamelas (círculos), sempre associadas à vasos sanguíneos. Encontrado nos ossos de um adulto.



















    Tem-se vaso sanguíneo presente no canal de Havers, os osteócitos se organizam em lamelas em torno desse canal se conectando nos canalículos da matriz óssea, promovendo a nutrição de um para o outro. Os vasos sanguíneos são encontrados nos seguintes espaços vasculares:
    • Canais de Havers - canais paralelos ao osso;
    • Canais de Volkmann - canais perpendiculares ao osso.













































    ANATOMIA

    O sistema esquelético pode ser dividido em 2 partes funcionais:

    • Esqueleto Axial - formado pelos ossos do crânio, coluna vertebral, costelas e esterno, eles formam o "eixo" ou linha central do corpo;
    • Esqueleto Apendicular - formado pelos ossos dos membros, incluindo o cíngulo do membro superior (clavícula e escápula) e o cíngulo do membro inferior (osso do quadril).
    Chamamos de esqueleto o conjunto de ossos (aproximadamente 206 ossos) e cartilagens que reunidos entre si dão conformação ao corpo, proteção e sustentação de partes moles.
    Aproximadamente 99% do cálcio do corpo estão armazenados nos ossos, e muitos ossos possuem uma cavidade central que contém a medula óssea, um conjunto de células hematopoiéticas (formam as células do sangue).


    Classificação dos ossos de acordo com sua morfologia:
    • Ossos longos - são tubulares, seu comprimento é maior do que a largura e a espessura, apresentam canal medular, diáfise (corpo) e duas epífises, uma distal e outra proximal (2 extremidades), ex.: úmero, rádio, fêmur, tíbia;
    • Ossos alongados - são parecidos com os ossos longos, porém não possuem canal medular, ex.:clavícula;
    • Ossos curtos - são cuboides e encontrados apenas no tarso (tornozelo) e no carpo (punho)
    • Ossos planos - geralmente têm funções protetoras, ex.: ossos planos do crânio protegem o encéfalo
    • Ossos irregulares - têm uma forma diferente de qualquer figura geométrica conhecida, ex.: ossos da face, vértebras;
    • Ossos sesamoides - se desenvolvem em alguns tendões e são encontrados nos lugares onde os tendões cruzam as extremidade dos ossos longos nos membros, eles protegem os tendões contra o desgaste excessivo e muitas vezes modificam o ângulo dos tendões em sua passagem até as inserções. ex.: patela
    • Ossos pneumáticos - apresentam uma cavidade interna contendo ar, tal cavidade é revestida de mucosa e denominada de seio, ex.: osso frontal, maxila, etmoide, esfenoide.


    ACIDENTES E FORMAÇÕES ÓSSEAS

    Surgem em qualquer lugar onde haja inserção de tendões, ligamentos e fáscias ou onde haja artérias que penetram nos ossos ou situem-se adjacentes a eles. São eles:
    • Capítulo - cabeça articular pequena e redonda;
    • Côndilo - área articular arredondada, que geralmente em pares;
    • Crista - crista do ossos;
    • Epicôndilo - proeminência superior ou adjacente a um côndilo;
    • Fóvea - área plana lisa, geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula-se com outro;
    • Forame - passagem através de um osso;
    • Fossa - área oca ou deprimida;
    • Sulco - depressão ou escavação alongada; 
    • Cabeça - extremidade articular grande e redonda;
    • Linha - elevação linear;
    • Maléolo - processo arredondado;
    • Incisura - entalhe na margem de um osso;
    • Protuberância - projeção do osso;
    • Espinha - processo semelhante a um espinho;
    • Processo espinhoso - parte que se projeta semelhante a um espinho;
    • Trocanter - elevação arredondada grande;
    • Tróclea - processo articular semelhante a uma roda ou processo que atua como roldana;
    • Tubérculo - proeminência pequena e elevada;
    • Tuberosidade ou túber - grande elevação arredondada.







    domingo, 9 de julho de 2017

    Articulações Temporomandibulares - ATM

    As 2 Articulações temporomandibulares são articulações do tipo sinovial que permitem o deslizamento (translação) e um pequeno grau de rotação (giro), além dos movimentos de flexão (elevação) e extensão (abaixamento) típicos das articulações do tipo gínglimo (em dobradiça), resumindo, permitem a abertura e o fechamento da boca e mastigação complexa ou movimentos de lateralidade da mandíbula.
    As duas ATMs são classificadas como articulação sinovial biaxial complexa.

    • sinovial, por ter em seu interior uma membrana sinovial que produz o líquido sinovial;
    • biaxial, por se movimentar em 2 planos, porém alguns autores afirmam que , em seu conjunto (2ATMs 1 mandíbula), ela é triaxial;
    • complexa, denominação dada às articulações que apresentam um 3º osso, dividindo a articulação em 2, funcionalmente diferentes. Apesar de possuir apenas 2 ossos, o disco funciona como um 3º osso, dividindo a articulação em 2 outras, temporodiscal (superior) e mandibulodiscal (inferior). 
    A ATM também pode ser classificada como uma articulação bicondílea, sob o ponto de vista morfológico. Para tanto, um côndilo é o mandibular, e o outro, o tubérculo articular, funciona com o "côndilo temporal".
    Diferentemente da maioria das articulações sinoviais em que as superfícies articulares dos ossos são revestidas por uma camada de cartilagem hialina, o revestimento da articulação temporomandibular é feito por fibrocartilagem. Ademais, a articulação é completamente dividida por um disco articular fibroso em duas partes:
    • uma inferior, que permite principalmente o movimento de depressão em dobradiça e a elevação da mandíbula;
    • uma superior, que permite que a cabeça da mandíbula se projete para a frente (protusão) sobre o tubérculo articular e para trás (retração), para a fossa mandibular.











































    A ATM é composta por partes duras( superfícies articulares ósseas) e partes moles:

    Componentes ósseos:

    • Côndilo mandibular - Localiza-se na porção póstero-superior do ramo da mandíbula e constitui a parte móvel da articulação;
    • Fossa mandibular e tubérculo articular (osso temporal) - A fossa mandibular (também denominada cavidade glenoide) é uma depressão óssea posterior ao tubérculo articular localizada no osso temporal, onde se aloja o côndilo da mandíbula. O tubérculo articular (também denominado eminência articular) é uma eminência transversal, originada a partir do tubérculo da raiz do zigoma, que se dirige medialmente na face inferior do temporal.
    Resumindo, a superfície articular do temporal é formada anteriormente pelo tubérculo articular do temporal e, posteriormente, pela fossa mandibular.

    Cartilagem articular (partes moles)

    As partes moles da ATM, do interior para o exterior, são: 
    • Cartilagem articular - apesar do nome não consiste em uma cartilagem. É um tecido fibroso, predominantemente avascular, com algumas células cartilaginosas, que recobre as superfícies ósseas da articulação;
    • Disco articular - é uma placa fibrocartilagínea que se insere fortemente sobre a cabeça da mandíbula através de um tecido ligamentoso em dois pontos: nos polos medial e lateral.
    • Membrana sinovial -  é um tecido conjuntivo ricamente vascularizado, constituído por numerosos capilares sinoviais, responsáveis pela produção do líquido sinovial. Localiza-se no interior da ATM, em áreas periféricas, livres de atrito. Existem 2 membranas sinoviais, uma para cada compartimento da ATM. O líquido sinovial é bastante viscoso, rico em ácido hialurônico, que fundamentalmente lubrifica o interior da articulação. 
    • Cápsula articular - é um cone de tecido fibroso que envolve toda a articulação, retendo o líquido sinovial. É formada por feixes fibrosos verticais, sendo bastante delgada e frouxa, de modo a permitir uma amplitude considerável dos movimentos mandibulares.
    • Ligamentos da ATM - são estruturas de tecido conjuntivo fibroso com pouca capacidade de estiramento. Eles não atuam ativamente na função da articulação, mas agem passivamente como agentes limitadores ou de restrição. Eles também são considerados, junto com a cápsula, meios de união da ATM.


    A abertura da boca envolve depressão e protusão. O movimento para a frente, ou protusivo, permite a depressão maior da mandíbula, impedindo o movimento posterior do ângulo da mandíbula em direção às estruturas no pescoço.

    CÁPSULA ARTICULAR
    A membrana sinovial da cápsula articular reveste todas as superfícies não-articulares dos compartimentos superior e inferior da articulação e fixa-se às margens do disco articular. A membrana fibrosa da cápsula articular encerra o complexo da ATM e está fixada:

    • acima, ao longo da margem anterior do tubérculo articular;
    • lateral e medialmente, ao longo das margens da fossa articular;
    • posteriormente, à região da sutura timpanoescamosa;
    • abaixo, em torno da parte superior do colo da mandíbula.
    O disco articular fixa-se em torno de sua periferia, na superfície interna da membrana fibrosa.

    LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES
    2 ligamentos extracapsulares estão associados à ATM - lateralmente, esfenomandibular e estilomandibular.
    O ligamento lateral (ou temporomandibular) está mais próximo da articulação, imediatamente lateral à cápsula e corre diagonalmente para trás, a partir da margem do tubérculo articular, em direção ao colo da mandíbula.
    O ligamento esfenomandibular é medial à articulação temporomandibular e corre da espinha do osso esfenoide na base do crânio, à língua, na face medial do ramo da mandíbula.
    O ligamento estilomandibular passa do processo estiloide do osso temporal para a margem posterior do ramo e ângulo da mandíbula.

    MOVIMENTOS DA MANDÍBULA
    Ocorre um ato de mastigação ou de moagem quando os movimentos na articulação temporomandibular, de um lado, são coordenados com o conjunto recíproco de movimentos na articulação do lado oposto. Os movimentos da mandíbula incluem depressão, elevação, protusão e retração:
    • a depressão é gerada pelos músculos digástrico, genioioideo e milo-hioideo em ambos os lados e, normalmente, é auxiliada pela gravidade. Como envolve o movimento da cabeça da mandíbula para a frente, em direção ao tubérculo articular, os músculos pterigoideos laterais também estão envolvidos;
    • a elevação é um movimento muito potente gerado pelos músculos temporal, masseter e pterigoideo medial e envolve o movimento da cabeça da mandíbula para a fossa mandibular;
    • a protração é obtida principalmente pelo músculo pterigoideo lateral, com uma certa assistência do pterigoideo medial;
    • a retração é executada pelos músculos genioioideo e digástrico e pelas fibras posterior e profunda dos músculos temporal e masseter, respectivamente.
    Exceto pelo músculo genioioideo, que é inervado pelo nervo espinal CI, todos os músculos que movimentam as ATM são inervados por ramos do nervo mandibular V3 que se originam na fossa infratemporal.



    As características da mandíbula encontram-se resumidas na tabela
    a seguir. A mandíbula articula-se com o osso temporal e, ao
    mastigar e ao falar, somente esta se move; a maxila permanece
    estática. Os dentes inferiores estão contidos na parte alveolar da
    mandíbula.
    os dentes inferiores, utilizando diferentes cores para
    cada um dos tipos (observe que há 16 dentes na mandíbula e
    16 dentes na maxila):
    1. Molares (os terceiros molares são denominados
    “sisos”) (6 dentes)
    2. Pré-molares (bicúspides) (4 dentes)
    3. Caninos (2 dentes)
    4. Incisivos (4 dentes)
    Na verdade, a articulação Temporomandibular (ATM) consiste
    em duas articulações sinoviais em uma única articulação, separadas
    por um disco articular. As faces articulares da maioria das
    articulações sinoviais são cobertas por cartilagem hialina, mas as
    faces articulares da ATM são cobertas por fi brocartilagem. A ATM
    é uma articulação sinovial do tipo dobradiça modifi cada; suas
    características encontram-se resumidas na tabela a seguir

    os seguintes componentes da ATM:
    5. Cápsula articular
    6. Ligamento lateral (temporomandibular)
    7. Disco articular




    Dois ligamentos extrínsecos e o ligamento lateral unem a mandíbula ao crânio. O ligamento
    estilomandibular que, na verdade, é um espessamento da cápsula fibrosa da glândula parótida, seguedo processo estiloide até o ângulo da mandíbula (Figura 7.69E e F). Não contribui significativamente
    para a força da articulação. O ligamento esfenomandibular segue da espinha do esfenoide até a
    língula da mandíbula (Figuras 7.69F e 7.70C). É o principal responsável pela sustentação passiva da
    mandíbula, embora o tônus dos músculos da mastigação geralmente sustente o peso da mandíbula.
    Entretanto, os ligamentos esfenomandibulares atuam como uma “dobradiça oscilante” para a
    mandíbula, servindo como fulcro e como ligamento controlador para os movimentos da mandíbula
    nas ATM.
    Os movimentos da mandíbula nas ATM são mostrados na Figura 7.71, e os músculos (ou forças)
    responsáveis pelos movimentos são resumidos no Quadro 7.10. Quando a boca está fechada e em
    repouso, as cabeças da mandíbula são mantidas na posição retraída nas fossas mandibulares, e o
    queixo é elevado pelo tônus dos músculos retratores e elevadores da mandíbula (Figuras 7.69A e C,
    7.70B e C e 7.71A). Ao dormir na posição de decúbito dorsal ou sentada (cabeça levantada), no
    início do estado de sono profundo a contração tônica relaxa e a gravidade causa a depressão da
    mandíbula (a boca se abre).
    Para permitir mais do que um pequeno grau de depressão da mandíbula — isto é, para abrir mais
    a boca além de apenas separar os dentes superiores e inferiores — a cabeça da mandíbula e o disco
    articular devem movimentar-se anteriormente sobre a face articular até que a cabeça da mandíbula
    esteja situada inferiormente ao tubérculo articular (um movimento designado como “translação”
    pelos dentistas) (Figura 7.71B). Quando isso ocorre sem depressão, há protrusão do queixo. Na
    maioria das vezes há depressão da mandíbula (a boca é aberta), pois a cabeça da mandíbula e o
    disco articular deslizam em direção ao tubérculo articular, e a depressão completa só é possível
    quando há protração completa das cabeças e dos discos (Figuras 7.69B e D e 7.71C). Se a protração
    da cabeça e do disco for unilateral, a cabeça contralateral gira (em torno de um eixo) sobre a face
    inferior do disco articular na posição retraída, permitindo movimentos simples de mastigação
    laterolateral ou movimento de rangido de pequena amplitude (Figura 7.71D e E). Durante a protrusão
    e a retração da mandíbula, a cabeça e o disco articular deslizam anterior e posteriormente sobre a
    face articular do temporal, com os dois lados movendo-se juntos (Figura 7.71A e B).